Se o seu filho tem falta de apetite e desinteresse alimentar, leia este artigo até o final.

Por: Bruna Cristina Costa Silva (terapeuta ocupacional) e Fabiana Frediani Geraldo (fonoaudióloga)

O que é seletividade alimentar?

A seletividade alimentar é caracterizada por restrições alimentares, falta de apetite e desinteresse pelo alimento. Por vezes a criança aceita apenas uma textura de alimento (pastosos, crocantes ou secos), determinadas cores (alimentos amarelos, brancos, vermelhos), ou recusa alimentos com cheiro marcante ou muito temperados; também se recusa a experimentar novos alimentos, podendo apresentar náusea e vômito ao tentar alimentar-se, apresentando uma alteração de sensibilidade.

Essa situação gera uma angústia na família pela quantidade limitada de alimentos que a criança aceita, levando a uma dieta bem restritiva e muitas vezes pobre de vitaminas e nutrientes.

Mas porque a seletividade ocorre?

Crianças que apresentam disfunções sensoriais, em decorrência de lesões neurológicas, transtorno do espectro do autismo, falta de estímulos táteis nos primeiros anos de vida, etc, muitas vezes também apresentam a seletividade alimentar como consequência.

As disfunções sensoriais são dificuldades que a criança tem em processar os estímulos sensoriais que recebe do ambiente, sejam eles visuais, auditivos, olfativos, gustativos ou táteis, apresentando uma reação muito exacerbada quando recebem esses estímulos. Por exemplo, crianças que tem resistência ao tocar na massa de modelar ou areia, preferindo não brincar; ou crianças que quando se sujam com tinta, água ou terra pedem para serem limpas em seguida.

Como podemos realizar o tratamento?

O tratamento em conjunto da fonoaudiologia e a terapia ocupacional consiste em oferecer os estímulos táteis com os próprios alimentos para que a criança entre em contato com aquela textura e aceite experimentar. Então a primeira coisa que fazemos: explorar esse alimento com as mãos!

Isso mesmo, apertar, amassar, espremer e melecar as mãos.

O lugar do nosso corpo onde temos a maior quantidade de receptores táteis é a boca, então oferecer esses alimentos não tão desejados diretamente na boca ou forçar a criança a experimentar gera grande angústia, podendo ocasionar piora no quadro de seletividade.

Então começamos pelas mãos que também apresentam grande quantidade de receptores táteis e maior aceitação dessas texturas novas. E junto à exploração oferecemos também o estímulo vestibular, nossos balanços, que auxiliam nosso cérebro a interpretar esses estímulos de uma maneira mais amena. O uso combinado de estímulos sensoriais ajudam o cérebro a integrar melhor as informações gerando uma resposta adequada, favorecendo a aceitação do alimento, neste caso.

Fabiana Frediani Geraldo (fonoaudióloga) e Bruna Cristina Costa Silva (terapeuta ocupacional)

O que se trabalha na estimulação?

Durante a estimulação são trabalhados todos os sentidos: tato, olfato, paladar, audição e visão. A criança recebe os estímulos de forma lúdica, prazerosa e desta forma apresenta ganhos significativos, passando a aceitar melhor diferentes sabores, consistências, texturas, melhorando ganho de peso, prazer na alimentação, redução da seletividade alimentar, ganho de tônus muscular em órgãos fonoarticulatorios dentre outros inúmeros ganhos.

O processo deve ser realizado sempre em conjunto com a família, para que assim possam ser aplicadas todas as orientações no ambiente familiar, ambientes sociais, melhorando assim a qualidade de vida das nossas crianças.

Aqui na Pediatherapies, acreditamos sempre no atendimento multidisciplinar, onde a criança é trabalhada por profissionais de diferentes áreas como, por exemplo, terapia ocupacional e fonoaudiologia, fazendo assim, um trabalho coeso e com ganhos incríveis para a criança.

Atendimento Multidisciplinar